11 de jul. de 2017

Timidez: verdade ou fingimento?

                Que atire a primeira pedra aquele que nunca entrou em pânico, gaguejou e falou coisas sem sentido na frente de uma “platéia”! (não, platéia ficou meio forte, hmm... um grupo de pessoas com a atenção totalmente voltada pra você. Isso! Ficou melhor, rsrs).
                Alguns dizem que a timidez é um problema que deve ser tratado com um profissional, outros dizem que é frescura, outros dizem que é nada mais nada menos que um papel sendo interpretado, ou seja... fingimento. Mas afinal de contas, timidez é uma doença, uma frescura ou um fingimento?
                Devo admitir que já vi realmente pessoas pagarem de tímidas para aparecerem. Mas calma aí! Tímidos detestam atenção, como pode isso? Aí é que está o x da questão! Quando você ouvir alguém que depois de fazer de tudo para aparecer mais do que um outdoor na Times Squaer dizer por livre e espontânea vontade que é “tímida”, tenha certeza do contrário. Por quê? Porque um tímido ele não tem costume de falar, a menos que seja caso de vida ou morte, e, justamente por isso, ele não vai dizer por livre e espontânea vontade que é tímido, justamente por ser tímido, sacou?
Geralmente tem algo de diferente numa pessoa tímida, sua aparência, seu comportamento, seu olhar... ela tem um ar misterioso, me atrevo a dizer que é uma imagem quase sedutora que ele passa, por estar sempre quieto e observando. Porém, por mais que um tímido não queira chamar atenção, por mais que queira passar despercebido, sendo uma pessoa qualquer, O TÍMIDO NÃO PASSA DESPERCEBIDO!!!!! Entenderam?
                Ninguém tem curiosidade de olhar uma caixa aberta, agora, numa fechada.... Rá, aí o bicho pega.
                Quando um tímido não está em sua zona de conforto ou não está à vontade com algo, dificilmente ele irá relaxar e ter desenvoltura... tradução: ele vai ficar travado, faltando pouco pra desmaiar!
                Agora imaginem o seguinte cenário: fora de sua zona de conforto, longe de casa, sem seus fones de ouvido, sem pessoas próximas e intimas e sem segurança em si mesmo, ser chamado para falar, dar opinião em relação à algo ou até mesmo fazer algo, como por exemplo, entregar um papel na mesa do professor; nesse momento, todos se viram e olham para você (e não apenas para você, para sua roupa, cabelo, jeito de andar...). Você até começa a falar, mas aí vê todos aqueles olhos cravados em você, fazendo sua pele formigar, você começa a suar, gaguejar, olhar pros próprios pés, mas lembra que tem que olhar pras pessoas e isso gera ainda mais pânico, enfim.... Quem está de fora e vê aquela situação, pensa: “Nossa! Que chilique! Será que ele tem problemas mentais? É só abrir a boca e falar, não tem nada de complicado nisso.”. Será mesmo que não é difícil falar em público? Será que esse tímido não queria ser solto, desenvolto e desinibido pra poder cantar a plenos pulmões, dançar com toda a sua energia, se vestir do jeito que sempre sonhou, mas não faz todas essas coisas por medo de críticas? Digo com propriedade de causa que sim, a crítica, pensamentos, olhares e palavras maldosas são tijolos que formam um muro que bloqueiam todo o querer do tímido, aprisionando quem ele é, ou quem gostaria de ser.

                Portanto, antes de dizer que é frescura, fingimento ou doença, pense bem no motivo que a fez ser assim.

3 de jul. de 2017

A fuga das consequências

"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências"
Pablo Neruda.

Quando será que vamos assimilar esta tão sábia frase? Melhor dizendo, quando será que vamos reconhecer tal verdade?
Sabe quando a gente é criança e a mãe da gente diz pra não colocar o dedo no ventilador, mas mesmo assim a gente coloca e acaba se machucando feio? Não importa o quanto a gente chore, peça ajuda pra mãe, o dedo continua doendo horrores. Pois é, o ventilador são as nossas opções, o dedo é a gente mesmo e a decisão também é nossa, porém, se você decidir colocar o dedo nas hélices, ninguém vai poder sentir a dor por você, você estará fadado a enfrentar a dor, a consequência.
Infelizmente, nossa sociedade está evoluindo somente no ramo tecnológico. Mas você pode pensar: Mas Jessy, não somos mais homens das cavernas, podemos votar, trabalhar e fazer o que mais quisermos! Será mesmo? Só porque as pessoas estão se comportando de maneiro contrária ao que se vivia antes, não quer dizer que é coerente, afinal, nem tudo que eu quero fazer eu devo fazer,  e eu complemento essa frase: nem tudo que eu quero fazer eu devo fazer, mas se fizer, devo assumir as consequências, sejam elas quais forem.

30 de jun. de 2017

Forte e decidida, sim! Grossa e estúpida, não!

Eu soube que 51% do público que gosta de games e HQ’s são constituídos por homens, e por essa razão, quando por obra e graça, tem uma mulher é representada nessas mídias, ela é frágil, burra, extremamente sensuais e dependentes de alguém (o mocinho, herói da história).
Nas raras ocasiões em que se vê uma mulher como protagonista, como heroína, a criatura é grossa, estúpida, arrogante e muito mais bruta que os homens (mas a escassez de roupas permanece a mesma).
Já passei muito tempo confabulando comigo mesma o fato dos criadores serem tão mega expert em elaborar enredos, cenários, trilha sonora mega incríveis, etc. Mas são mega obtusos na hora de criar um personagem feminino de fibra (Aff!). Será que nunca ouviram falar em “meio termo”?

Uma mulher pode ser forte sem dar uma de Hulk sem freio (grossa e raivosa), ela pode ser feminina e atraente sem ter que parecer uma prostituta. Uma mulher pode ser inteligente sem ter que ser arrogante, do tipo a dona da verdade. Ela pode ter medos e dúvidas sem ter que ser retratada como uma burra com o QI de uma ameba. Aliás, lembrei de outra coisa, que pelo amor de Deus! As poses das personagens nas mídias... cara... nem na yoga existem! É um contorcionismo tão cruel para mostrar os dotes femininos que constrange até as coelhinhas da playboy! Cadê que os personagens masculinos usam tanguinha ou fazem essas... “poses”? (não que eu queira ver, hein! É só uma comparação).
Enfim, piadas à parte. Eu, como um ser humano de gênero feminino, gostaria de ser representada por personagens à serem admiradas, não cobiçadas e/ou expostas como um objeto sexual.
#pensemnisso

27 de jun. de 2017

Rótulos: afinal, quem eu sou?

Se uso preto, sou roqueira. Se uso rosa, sou romântica. Se gosto de estudar, sou nerd ou CDF. Se sou alta, sou jogadora de basquete ou de vôlei e não devo usar salto alto. Se sou baixa, sou uma criança ou anã e devo usar salto plataforma. Se sou tímida, sou “santinha”. Se sou extrovertida, sou “saidinha”. Se sou negra, devo usar o cabelo crespo e em pé. Se sou branca, devo usar o cabelo liso escorrido... Mas afinal, que eu sou?
Será que não posso ter o cabelo colorido e meio ondulado, usar preto e rosa, amar estudar e amar histórias em quadrinhos e filmes, usar salto alto não importando minha altura, ser realmente tímida, gostar de conversar (às vezes), ser magra e usar o cabelo liso ou ser branca e usar o cabelo crespo? Será que tenho que seguir um padrão? Ser como uma carta com os dados devidamente preenchidos para ser corretamente encaminhada para um daqueles compartimentos organizacionais? NEGATIVO!
Cada ser humano é um, ele pode ser, querer e gostar de coisas diversas. Nós, seres humanos, quando nascemos, ganhamos um nome e não um rótulo ou uma categoria.
Posso ter uma mecha rosa no cabelo simplesmente porque quero ter uma, e não porque sou hippei, ou roqueira Rave Metal, ou droga. Posso usar um salto 18 não porque sou de baixa estatura ou porque sou uma modelo na passarela, posso usar salto 18 simplesmente porque quero usar, porque gosto de usar.  Posso escutar uma música antiga não porque tenho 40 ou 50 anos, posso escutar simplesmente porque é uma música de qualidade. Só porque tenho 15 ou 20 anos, não quer dizer que sou obrigada a ouvir “a melhor banda de todos os tempos da última semana”.

Posso amar estudar, obter conhecimento em diversas áreas, gostar de HQ’s e ser uma pessoa legal e sociável, não um “esquisitão” que a sociedade juntamente com as mídias costuma rotular. Posso ter porte de modelo e manequim e ser inteligente e amável, não uma acéfala esnobe. Posso ter a altura abaixo da média, mas ter uma maturidade e força que vai além das expectativas, não só parecer uma criancinha frágil. Posso usar roupas cor-de-rosa simplesmente porque gosto da cor e estou com vontade de usar, e não porque faço parte do grupo das “patricinhas”, fadas ou mega-românticas. Ou usar preto simplesmente porque gostei do look, e não porque faço parte de uma seita ou sou metaleira... Enfim, como eu disse antes, somos seres humanos, seres únicos e pensantes com personalidade e não um bando de embalagens com rótulos.