Se
uso preto, sou roqueira. Se uso rosa, sou romântica. Se gosto de
estudar, sou nerd ou CDF. Se sou
alta, sou jogadora de basquete ou de vôlei e não devo usar salto alto. Se sou
baixa, sou uma criança ou anã e devo usar salto plataforma. Se sou tímida, sou “santinha”.
Se sou extrovertida, sou “saidinha”. Se sou negra, devo usar o cabelo crespo e
em pé. Se sou branca, devo usar o cabelo liso escorrido... Mas afinal, que eu
sou?
Será
que não posso ter o cabelo colorido e meio ondulado, usar preto e rosa, amar
estudar e amar histórias em quadrinhos e filmes, usar salto alto não importando
minha altura, ser realmente tímida, gostar de conversar (às vezes), ser magra e
usar o cabelo liso ou ser branca e usar o cabelo crespo? Será que tenho que
seguir um padrão? Ser como uma carta com os dados devidamente preenchidos para
ser corretamente encaminhada para um daqueles compartimentos organizacionais? NEGATIVO!
Cada
ser humano é um, ele pode ser, querer e gostar de coisas diversas. Nós, seres
humanos, quando nascemos, ganhamos um nome e não um rótulo ou uma categoria.
Posso
ter uma mecha rosa no cabelo simplesmente porque quero ter uma, e não porque
sou hippei, ou roqueira Rave Metal, ou
droga. Posso usar um salto 18 não porque sou de baixa estatura ou porque sou
uma modelo na passarela, posso usar salto 18 simplesmente porque quero usar,
porque gosto de usar. Posso escutar uma
música antiga não porque tenho 40 ou 50 anos, posso escutar simplesmente porque
é uma música de qualidade. Só porque tenho 15 ou 20 anos, não quer dizer que
sou obrigada a ouvir “a melhor banda de todos os tempos da última semana”.
Posso
amar estudar, obter conhecimento em diversas áreas, gostar de HQ’s e ser uma
pessoa legal e sociável, não um “esquisitão” que a sociedade juntamente com as
mídias costuma rotular. Posso ter porte de modelo e manequim e ser inteligente
e amável, não uma acéfala esnobe. Posso ter a altura abaixo da média, mas ter
uma maturidade e força que vai além das expectativas, não só parecer uma
criancinha frágil. Posso usar roupas cor-de-rosa simplesmente porque gosto da
cor e estou com vontade de usar, e não porque faço parte do grupo das “patricinhas”,
fadas ou mega-românticas. Ou usar preto simplesmente porque gostei do look, e
não porque faço parte de uma seita ou sou metaleira... Enfim, como eu disse
antes, somos seres humanos, seres únicos e pensantes com personalidade e não um
bando de embalagens com rótulos.
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